terça-feira, 7 de setembro de 2010

Os caminhos da vida...66 anos de união que eu invejo...

"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você para para pensar, na verdade não há" - Salve Legião, salve Renato Russo... Esta semana esta música se fez verdade em um momento triste. Uma tia minha faleceu. Já estava velinha, mas no leito de morte dela vi uma cena maravilhosa. Não é estranho, eu vi mesmo. O marido dela, bem velhinho, com as pernas cansadas, se levantava toda hora e colocava a mão na testa dela. Passava devagar e todo mundo que se aproximava ele dizia : "Fiquei com ela casado por 66 anos". E eu chorava todas as vezes que ele falava isso.

Velório é sempre ruim. Mas em momentos ruins de nossas vidas paramos para refletir um monte de coisas. Entre elas, que a vida, pelo menos a atual vida, acaba. Uma outra vida pode acontecer para quem acredita em reencarnação, como eu. Mas para a próxima vida nada sabemos como vai ser, com quem vamos nos encontrar ou não. Portanto, o que vale a pena é viver esta intensamente e bem. Pelo menos devemos tentar.

Tenho uma grande amiga, uma irmã, chamada Paola e com ela sempre aprendi que "Agir sempre com o coração era a melhor maneira", porque agindo com o coração não nos arrependemos do que fazemos, ou pelo menos fazemos da maneira mais pura e verdadeira possível.

Detesto racionalidades da vida.
Detesto jogos de conquistas, apesar de eu mesma jogar várias vezes e deixar que joguem comigo. Mas anseio nesta minha idade jogar um jogo simples: Um jogo que envolva eu, um homem cujo chamarei de marido e meu ou minha, ou meus filhos. O trabalho a gente sempre corre atrás quando se tem saúde. Mas do amor a gente não consegue correr sozinha, nem fugir sozinha. É algo que independe da gente. O duro é que hoje em dia poucas pessoas acreditam no amor ou nos possíveis 66 anos de casamento.

Nos meus novos caminhos já encontrei pessoas no mínimo "exóticas" como diriam meus amigos Cris e Flávia. O trio parada dura que tem divido músicas, risos, "moral da história", lágrimas, sonhos...silêncio...Desejo muito a eles e a todos que conheço que sejamos felizes e consigamos encontrar nossos caminhos nesta atual vida para sermos felizes...Ser feliz é muito difícil. Apesar de eu acredito em momentos de felicidade apenas...A felicidade plena não existe. Enfim.

Nos meus novos caminhos encontrei um moço, jovem, cuja inteligência me encantou. Ele sabe filosofia, conhece bons filmes, fala da sexualidade com maestria sem vulgaridade. É capaz de encantar numa única noite como no filme "Antes do amanhecer"... Mas talvez eu não esteja tão capaz de me apaixonar por alguém que ainda tem muito a viver na prática pela frente. Pode ser preconceito meu, talvez. Mas acho que quando a gente termina um namoro a gente precisa experimentar né...E experimentar até encontrar alguém e esquecer o alguém do passado...

Nos meus novos caminhos dei de cara com um caminho do passado, não algum "ex"...Mas na verdade uma pessoa que conheci que me lembra minha fase boemia. Descompromissado, engraçado, maluco de pedra e totalmente impulsivo. Vai onde eu estou, é só eu chamar. É bom pra minha autoestima. Mas cheguei a conclusão de que autoestima neste caso não é tudo e não é justo nem comigo e nem com ele viver algo que eu não quero mais que faça parte da minha vida.

Logo, será que no meu novo caminho encontrarei um meio termo? Desejo que sim. Aí lembro de uma outra música que diz assim:
"Procuro um amor, que ainda não encontrei, diferente de todos que amei...
Nos seus braços quero descobrir uma razão para viver...
E as feridas desta vida, eu quero esquecer" (Segredos - Frejat)

Estou confusa...Morrer para viver dói...Ver minha tia no leito de morte e meu tio dizendo "Como farei sem ela depois de 66 anos?" foi difícil...Mas abri um sorriso quando eu chorava porque na verdade, eu morri foi de inveja de ele ter podido viver 66 anos com a mesma pessoa, ter tido filho, netos e ter tido tanto tempo para estar em família, viver problemas, confusões, mas ter ao lado alguém que ao morrer ele ainda queria que estivesse ao lado dele.

Me sinto perdida. Quero amar e ser amada. Quero renascer deste meu estado de gestação...Quero o meio termo...Não quero ninguém perfeito, mas também não quero olhar para trás e achar que as razões da vida me levaram sempre embora quem eu amei e no fim da vida eu não ter alguém ao meu lado...

"Mas é preciso ter força, é preciso ter raça é preciso ter gana sempre...
Quem traz no peito esta marca possui a estraha mania de ter fé na vida" (Maria Maria, Milton Nascimento)

Um comentário:

  1. Esta estoria me lembra bem, o que muitos prometem no altar de uma igreja: "...amar na alegria e tristeza, saude o doença..." admiro muito quem realmente cumpre estas juras! Uma boa semana pra vc! bjs:)Rick Mattos

    ResponderExcluir